quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Moisés na encruzilhada da vida
Um Estilo de Ser Filadélfia

“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes; como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre”. Salmo 133

Um dos lugares em Israel que mais me deixa impactado é o Monte Hermom. Localizado no extremo norte daquele país e próximo à fronteira com a Síria e o Líbano, aquela montanha de cerca de 3000 metros de altura, possui neve no seu topo durante todo ano. Quando o vento sopra traz uma atmosfera agradável na umidade relativa do ar e também derrete a neve para o interior do monte, escorrendo orvalho para a nascente do rio Jordão. Uma beleza impressionante! Um lugar fértil com verdejantes plantas, árvores frutíferas como videiras, oliveiras, figueiras, lavandas perfumando o ambiente, fontes que saem debaixo da montanha gerando lençóis de água e rios; e o som do orvalho seguindo em um gotejamento contínuo. Agora o que isso tem haver como a vida em harmonia com os irmãos? Na verdade, há duas metáforas nesse salmo. A primeira fala da unção que desce sobre o corpo do sacerdote até a orla das suas vestes. Como corpo sacerdotal transferimos uns aos outros dons, habilidades e poder espiritual. A segunda metáfora só pode ser entendida em uma perspectiva geográfica. O rio Jordão nasce na encosta do Hermom e desce literalmente até o sul de Israel desaguando finalmente no mar morto. A lição aqui a ser aprendida está na trajetória. Primeiro o orvalho de dentro da montanha flui para o Jordão que também libera suas águas para o mar da Galiléia. Esse grande lago chamado também de mar de Tiberíades ou de Genezaré devolve suas águas de novo para o Jordão. O rio Jordão continua seu caminho percorrendo os montes de Sião, até finalmente chegar ao mar morto, que não faz seu dever de casa, mas, toma as águas que lhe foram dadas para si e as empossa. Se quisermos ser uma igreja de Filadélfia no século XXI, temos que aprender essa lição. Sabe-se hoje que o mar salgado ou mar morto está morrendo. Ele está secando. Nele não há nenhuma vida. Nenhum peixe, nenhum animal, nenhuma vegetação. Ao norte temos uma paisagem lindíssima, fértil e próspera. Ao sul temos uma outra visão: sequidão, esterilidade, ausência de vida. O contraste entre a paisagem do Hermom e a do Mar Morto é gritante. Há uma pergunta importante a ser feita: com quem você se parece, com o Hermom ou com o Mar morto? Você é fonte ou é poço? O que aprendemos aqui é sem dúvida uma lição de solidariedade, sacrifício e doação. A igreja deve ser um lugar de liberalidade, onde cada membro tem que ser fonte que jorra a fim de abençoar e não sanguessugas que só tem a mão estendida a fim de receber algum benefício. É necessário acabar de vez com as leis dos jeitinhos, de tomar vantagem na primeira oportunidade, de se aproveitar o máximo que se pode, enquanto se pode. É aquela típica história do sujeito que pede uma moeda a um transeunte: ei! Me dá um dinheiro aí! Ao que este responde: não tenho nada aqui. O mendigo insiste: me dá um cigarro então. Mais uma vez o passante responde: eu não fumo. Não dado por vencido o pedinte perturba mais uma vez: mais o que é isto aí no seu bolso? Um colírio responde o homem que passava. O esmoleo então dispara: então pinga uma gota aqui no meu olho.

(Por: Pr. JB. carvalho)

Nenhum comentário: